Fundador do BPP tem seguro de responsabilidade civil
O fundador do Banco Privado Português, João Rendeiro, não vai responder diretamente pelo pagamento de indemnizações a que possa ser condenado em tribunal pelas funções que exerceu no referido banco e na Privado Holding, proprietária do mesmo banco que como se lembra decretou falência em 2010.
Rendeiro dispõe de um seguro de responsabilidade civil da Privado Holding contratado com a sucursal em Portugal da seguradora Chartis Europe que responde por essas eventuais indemnizações.
Tal foi revelado no decurso da contestação de uma ação cível contra o BPP e seus ex-gestores, colocada por duas sociedades offshore.
As Aviemore Group Holdings e St. Romain Properties pedem uma indemnização de mais de 8 milhões de euros. Sediadas no Panamá e nas Ilhas Virgens Britânicas, a Aviemore Group Holdings e a St. Romain Properties têm como último beneficiário William Peter Venter, um cidadão sul-africano.
Venter alega que não queria assumir qualquer risco com as aplicações financeiras no BPP, mas que o banco fez investimentos no retorno absoluto que causaram uma desvalorização de quase metade do capital.
A contestação de João Rendeiro é da autoria do escritório de José Miguel Júdice, e assume que Rendeiro nunca fez parte da comissão executiva do BPP, refutando responsabilidades nas citadas perdas financeiras. Ainda assim, deixa claro que, caso de ser condenado por ter sido administrador da Privado Holding e do BPP, a responsabilidade deverá ser assacada por força do seguro de responsabilidade civil com ela contratado, à seguradora Chartis Europe.