Breve história das seguradoras low cost
As seguradoras low cost vieram para ficar. Se até ao seu aparecimento o que ditava o preço do seguro automóvel era em grande medida os anos de carta e os anos sem sinistros dos condutores, as regras alteraram-se com a chegada ao mercado ao longo dos últimos anos das seguradoras de baixo custo, se assim as podemos traduzir do inglês.
A agressividade comercial aplicada por estas novas companhias de seguros levou a uma descida generalizada dos preços, mesmo entre as seguradoras tradicionais, que há muito estavam no adormecido mercado de seguros nacional.
A maioria destas seguradoras viram-se, face à presença e assédio das seguradoras low-cost, obrigadas a participarem na redução dos prémios de seguros, e a lançarem promoções comercialmente mais agressivas, de forma a manterem e/ou a ganharem novos clientes.
As primeiras seguradoras low-cost a chegarem ao mercado português foram a Seguro Directo e a Ok teleseguros, já lá vão mais de dez anos, e apresentam atualmente um peso considerável no negócio segurador total.
Mas este conceito low cost foi-se alargando nos últimos anos e assistimos ao aparecimento de novas seguradoras. São os casos da Nseguros e da Logo seguros. A seguradora low-cost do grupo BES, que também detém a Tranquilidade concluiu o ano de 2010 com vinte milhões de euros em prémios e 115 mil clientes e acredita que a tendência é para continuar a crescer.
Seguro automóvel embarateceu 71 euros
Dados apresentados recentemente pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) confirmam que o aparecimento das seguradoras low-cost beneficiou em muito os consumidores, nomeadamente os de seguro automóvel.
Desde 2006, a baixa do preço médio do seguro automóvel resultou numa poupança anual de quinhentos milhões de euros, conseguida pela redução do preço médio do seguro auto em 71 euros entre os anos de 2006 e de 2010.
O prémio de seguro automóvel médio por viatura decresceu de 312 euros no ano de 2006 para os 241 euros de 2010, uma diminuição de 23% (mais 1% face a 2009).
Quando se fala de seguro auto não esqueça que o seguro auto mais barato exige que esteja atento e teste a concorrência.
Tendência de descida do seguro automóvel
No entanto, esta tendência de descida poderá estar a terminar e mesmo a começar a ser invertida. A APS acredita nesta inversão, mas refere que estatisticamente não é possível perceber se a alteração resulta de uma subida dos prémios de seguro automóvel cobrados, ou simplesmente do aumento do parque automóvel seguro.
Baixa no custo médio por sinistro
A queda dos prémios cobrados pode ser explicada pelo aparecimento e consolidação das seguradoras low-cost, mas também pela redução de sinistros graves. O custo médio por sinistro diminuiu mais de 700 euros, de 2381 em 2006, para 1663 em 2010. Se os custos médios dos sinistros diminuem é normal que o prémio de seguro cobrado também desça.
Futuro das seguradoras low-cost
A Seguro Directo reconhece que existe uma crescente procura das seguradoras low cost, nem que seja apenas com o intuito de consultar e comparar prémios de seguro. A directora coordenadora Sandra Moás, da Seguro Directo, refere ainda que estas seguradoras têm contribuído para o dinamismo e para a diversificação do mercado, uma vez que incitam a revisões tarifárias na busca de preços mais competitivos. No entender da mesma, o cliente procura o melhor equilíbrio do binómio preço e confiança.
Na OK! teleseguros partilha-se desta mesma opinião. A seguradora do grupo Caixa tem vindo a diversificar a sua oferta através do lançamento de seguros adaptados a diferentes necessidades e segmentos, de que são exemplos os produtos OK! Mulher, OK! GPS, OK! Família, e reconhece haver ainda perspectivas de crescimento.
Segundo Sérgio Carvalho, director de marketing da OK! Teleseguros, o peso das seguradoras focadas na exploração dos canais directos tem vindo progressivamente a aumentar, contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer, dado os valores já atingidos em outros mercados europeus, pelo que subsiste ainda um grande terreno a explorar por todas as seguradoras.
Segundo a Logo seguros, os consumidores vão continuar à procura de produtos e serviços mais económicos, com ganhos de conveniência e acessibilidade, através dos novos meios de acesso electrónicos. Garantir as mesmas coberturas, o mesmo nível de protecção contra os riscos, a mesma qualidade, ou até superior, são os propósitos da Logo Seguros, na voz do seu director-geral, José Pedro Inácio.