Riscos na pintura do carro que desaparecem com a exposição ao sol
Um grupo de investigadores da University of Southern Mississippi em Hattiesburg, desenvolveu um produto que repara os riscos na pintura de um automóvel, quando este é simplesmente exposto à luz solar. O revestimento “milagroso” poderá mesmo ser aplicado a outros produtos, que não apenas automóveis. O estudo foi publicado na revista Science.
Desenvolvemos um material poliuretano que tem a capacidade de se auto-reparar com a exposição ao sol. Basicamente, se for feito um risco esse risco desaparece com a exposição ao sol.
Marek Urban, investigador da University of Southern Mississippi
O produto recorre a uma substância encontrada no exosqueleto de animais marinhos como o camarão e o caranguejo, chamada quitosana. Esta substância é incorporada em materiais de poliuretano tradicionais, como os usados noutros revestimentos para proteger a tinta. Quando um risco acontece e danifica a estrutura química da tinta, a quitosana responde aos raios ultravioleta e forma cadeias que se unem a outras materiais na substância e, aparentemente, conseguem o efeito de eliminar o risco. O processo nem sequer é demorado, podendo demorar menos que 60 minutos.
O investigador principal refere que o facto deste produto se basear em materiais facilmente disponíveis poderá oferecer várias vantagens em comparação a outras substâncias usadas para reparar tintas que são consideravelmente elaboradas e economicamente inviáveis. A equipa de investigadores testou as capacidades deste produto recorrendo a uma lâmina de barbear usada para desenhar um risco fino num carro.
Ainda não foram realizados testes para avaliar o limite da largura dos riscos, sabendo-se já que o produto não resulta em riscos repetitivos, ou seja, o risco apenas pode ser reparado um vez no mesmo local. O produto recentemente desenvolvido para além de veículos automóveis, poderá ser usado em embalagens, em mobília, ou em qualquer outra superfície que necessite de um tipo de manutenção similar.