Jovens priorizam crédito habitação acessível sobre aumento salarial
O acesso ao crédito habitação continua a ser um dos principais desafios para os jovens portugueses, com muitos a preferirem uma descida nos preços das casas em vez de um aumento salarial. Veja tudo sobre o crédito habitação. De acordo com um estudo da Century 21 Portugal, 57,7% dos jovens da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e 56,9% da Área Metropolitana do Porto (AMP) consideram que uma redução nos valores da habitação teria um impacto mais significativo na sua independência financeira. Por outro lado, 42,3% dos jovens em Lisboa e 43,1% no Porto optariam por um aumento salarial.

O impacto do preço das casas na independência jovem
A compra ou arrendamento de casa é um dos principais fatores para a autonomia financeira dos jovens. Segundo o estudo, 73% dos residentes na AML e 67% na AMP já vivem de forma independente. No entanto, a dificuldade no acesso ao crédito habitação e os elevados preços das casas são apontados como as principais barreiras à concretização desse objetivo.
A relação entre tempo de independência e crédito habitação
O estudo revela que 9,1% dos jovens na AML conquistaram a independência há menos de um ano, enquanto na AMP essa percentagem sobe para 13%. Quando analisado um período superior a cinco anos, 47,8% dos jovens da AML e 45,9% da AMP já vivem em casa própria, mostrando que a aquisição de habitação própria continua a ser um objetivo relevante.
O que os jovens estão dispostos a abdicar
Para alcançarem a independência, muitos jovens revelam estar dispostos a abdicar de alguns bens e experiências. Entre os residentes da AML, 39,6% afirmam que prescindiriam da compra ou renovação de aparelhos eletrónicos, enquanto na AMP essa percentagem sobe para 48,5%. No que diz respeito a viagens, 31,5% dos jovens da AML estariam dispostos a reduzir este tipo de despesa, valor inferior aos 48,5% da AMP.
Principais obstáculos ao crédito habitação
Os principais desafios apontados pelos jovens para a aquisição de casa própria são os elevados preços da habitação (43%) e os baixos salários (30%). Esta realidade afasta 73% dos jovens da possibilidade de se tornarem proprietários. Entre os inquiridos com idades entre 36 e 40 anos, apenas 31% acreditam que conseguirão comprar casa nos próximos cinco a dez anos, o que reflete o pessimismo generalizado em relação ao futuro do mercado imobiliário.
Perfil da amostra do estudo
O estudo da Century 21 Portugal baseou-se numa amostra de 808 indivíduos com idades entre 20 e 40 anos, residentes nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. A amostra foi selecionada de forma proporcional à população portuguesa, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), considerando sexo e grupo etário.
O acesso ao crédito habitação e os preços elevados das casas continuam a ser fatores determinantes na decisão dos jovens sobre a sua independência financeira. A dificuldade em obter financiamento acessível e a instabilidade salarial mantêm-se como os principais desafios para quem deseja adquirir casa própria.