Conservadorismo premiado na gestão dos PPR públicos
O ministro da Segurança Social anunciou, no lançamento dos planos poupança reforma (PPR) públicos que a sua carteira iria replicar a política de investimento do fundo de estabilização (FEFFS). Mas os retornos acumulados em plena crise são diferentes. A natureza dos certificados de reforma (conhecidos como PPR Públicos) obrigou o Ministério do Trabalho e Segurança Social a adoptar, no início de vida do produto, uma estratégia de gestão bem mais conservadora que o normal. A medida está mesmo a ser proveitosa, principalmente quando comparada com o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), cuja política de investimento era tida como a que deveria vir a servir de modelo à gestão dos PPR públicos.
O fundo que gere as aplicações dos contribuintes portugueses nos PPR públicos conseguiu uma rentabilidade positiva de 2,3% de Março a Setembro. Um desempenho que só pode ter sido conseguido através da aposta quase total no mercado monetário (liquidez) e na dívida pública de longo prazo.
Por oposição, nos primeiros 3 trimestres de 2008, a rentabilidade acumulada pelo FEFFS foi negativa: – 3,1%, em resultado da exposição em 21% da carteira ao mercado accionista em queda. Uma exposição semelhante à do final de 2007 e que não foi ajustada à crise económica e financeira, que provocou perdas de 40% a 50% nas bolsas mundiais.