Seguros dentários são ambíguos e enganam subscritores
O bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva acusa as seguradoras de induzirem em erro os subscritores de seguros dentários visando unicamente o lucro, e em resposta propõe a criação de uma tabela que define os atos medico-dentários. O representante dos dentistas acusa as seguradoras de falta de transparência e carateriza os seguros de saúde como pantanosos no que concerne à publicidade que é feita em relação a alguns tratamentos gratuitos enquadrados nos seguros de saúde e seguros dentários, que na realidade acabam por não o serem.
Orlando Monteiro da Silva alerta para a necessidade de legislar o enquadramento dos seguros de saúde, e refere que é apenas o lucro que está na base das regras que as seguradoras e as convenções pretendem impor na prática medico-dentária.
São várias as queixas de quem aderem a um seguro dentário e que pensa ter subscrito uma proteção global, quando afinal apenas fica abrangido por meia dúzia de atos médico-dentários.
Tabela de atos médico-dentários
O bastonário dos dentistas reivindica uma uniformização de critérios para terminar com o livre arbítrio e fazer com que os subscritores de seguros possam saber as coberturas a que têm direito, daí podendo comparar, escolher e decidir pelos seguros dentários mais convenientes
A tabela com os atos médicos próprios dos dentistas foi já criada e abarca 786 atos. A Ordem dos dentistas propõe que a tabela seja adotada por médicos, seguradoras e empresas das convenções.
Na perspetiva dos seguros dentários, as seguradoras deverão detalhar na tabela o custo de cada ato médico de forma a que o consumidor seja devidamente informado.
A ambiguidade atual chega ao ponto da simples restauração de um dente, na terminologia médica poder ser expressa por 46 atos distintos. A adopção da mesma terminologia por médicos, convenções e seguradoras é uma imperiosidade.