Seguradoras defendem incentivos fiscais para seguros de saúde e mais literacia
No 3.º Fórum Nacional de Seguros, realizado na Alfândega do Porto, foram discutidas estratégias para promover a sustentabilidade do ecossistema dos seguros de saúde. Entre as várias propostas, destacam-se os incentivos fiscais às empresas para incluírem seguros de saúde nos pacotes salariais e a colaboração mais estreita entre o setor público e as seguradoras na promoção da saúde. Veja mais informação sobre seguradoras. Além disso, foi defendida a importância da literacia em seguros para as empresas gerirem melhor os riscos e compreenderem os seguros como um investimento, não apenas como uma despesa.
Incentivos Fiscais e Equidade no Acesso à Saúde
Sofia Oliveira, representante da IBK – Mediação de Seguros, salientou a importância de o Estado oferecer incentivos fiscais, especificamente em sede de IRC, para que os seguros de saúde façam parte dos benefícios oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores. Esta medida visa reduzir as desigualdades no acesso à saúde, proporcionando uma maior equidade entre os trabalhadores.
O Papel das Seguradoras na Prevenção da Saúde
Fernando Duarte, da João Mata Corretores e Consultores de Seguros, enfatizou o papel crucial das seguradoras na prevenção e promoção da saúde. Propôs que os produtos de seguros sejam segmentados para que não sejam uniformes, garantindo assim que os custos sejam equitativos e que a oferta de serviços seja diversificada e de qualidade.
Transição do Setor Público para o Privado
Rui Meireles, diretor de Seguros de Pessoas na MDS Portugal, observou uma mudança significativa pós-pandemia, com um crescente número de pessoas a optar por cuidados de saúde no setor privado em vez do público. Este fenómeno não é exclusivo de Portugal e reflete uma tendência global de preferência por serviços privados em situações de saúde mais graves.
Colaboração entre Setores Público e Privado
Paulo Almeida, da Verspieren Portugal, defendeu a colaboração entre o setor público e as seguradoras, sublinhando que esta parceria pode ajudar a garantir que os prémios dos seguros sejam autossuficientes e capazes de cobrir os custos. A integração dos recursos públicos pode fortalecer o sistema de saúde global.
Reinvenção dos Produtos de Seguro
As seguradoras foram desafiadas a reinventar os seus produtos, oferecendo soluções inovadoras que respondam ao aumento dos custos e às mudanças demográficas. A necessidade de adaptação e inovação é crucial para enfrentar os desafios atuais e futuros do setor.
Inteligência Artificial no Setor de Seguros
A aplicação da Inteligência Artificial (IA) no setor de seguros foi outro tema abordado. Embora reconheçam o potencial da IA, os participantes manifestaram a necessidade de manter uma componente humana, especialmente em áreas como o aconselhamento de produtos. Sofia Oliveira destacou a importância dos consultores pessoais, mesmo após a triagem inicial feita por tecnologias avançadas. Fernando Duarte reconheceu que a IA veio para ficar, sublinhando a importância de envolver a nova geração, utilizadora de tecnologias, na evolução do setor. Rui Meireles também mencionou a inevitabilidade das ferramentas tecnológicas, ressaltando a importância da gestão de risco. Paulo Almeida concluiu que é essencial utilizar a IA de forma inteligente, aprendendo com as boas práticas de outros setores.
Aceleração Digital no Setor de Seguros
Pedro Caramez, especialista em LinkedIn, destacou a aceleração das transformações digitais no setor de seguros, enfatizando o impacto significativo das plataformas digitais como o LinkedIn. A adoção de tecnologias digitais é vista como uma oportunidade para o setor se reinventar e melhorar a eficiência e alcance dos seus serviços.
Literacia em Seguros para Empresas
No painel “A segurança financeira das empresas e os seguros”, realizado no Fórum Nacional de Seguros 2024, foi defendida a necessidade de mais literacia em seguros para que as empresas entendam os seguros como um investimento. David Castro, da Caravela, destacou a importância de as seguradoras fazerem um levantamento das necessidades das empresas relativamente aos riscos que enfrentam e apresentarem a cobertura ideal para cada negócio. Jorge Pinto, da Zurich, sublinhou a necessidade de uma venda consultiva para ajudar as empresas a mitigar riscos, e Rafael Jorge, da Lusitânia, frisou que os seguros devem ser vistos como uma componente da exploração do negócio e não apenas como um custo.
Projetos de Literacia para PMEs
Francisco Botelho, diretor-executivo do ECO Seguros, anunciou um novo projeto em parceria com a Associação Portuguesa de Seguradores dedicado à literacia em seguros para PMEs. O projeto “Seguros para PMEs” será lançado em setembro e visa educar as pequenas e médias empresas sobre a importância dos seguros e como utilizá-los eficazmente para gerir riscos.
O incentivo fiscal às empresas para incluírem seguros de saúde nos pacotes salariais e a colaboração entre o setor público e as seguradoras podem transformar significativamente o acesso à saúde dos trabalhadores. Com uma abordagem equilibrada entre inovação tecnológica, literacia em seguros e a componente humana, o setor de seguros tem potencial para enfrentar os desafios futuros de forma eficaz e sustentável.