Seguro para navios no Mar Vermelho quase duplica após ataque a petroleiro

Agosto 28, 2024

O custo do seguro para navios que navegam pelo Mar Vermelho aumentou drasticamente após um ataque recente dos rebeldes Houthi a um petroleiro, que agora parece estar a derramar petróleo. Este aumento no preço das apólices de seguro reflete o crescente risco associado à passagem de embarcações por esta rota comercial vital, que tem sido alvo de múltiplos ataques nos últimos meses.

Seguro para navios no Mar Vermelho quase duplica após ataque a petroleiro

A situação levanta preocupações ambientais significativas, com o potencial de um derramamento de petróleo que poderia devastar ecossistemas marinhos e comunidades costeiras.

Escalada dos ataques Houthi e impacto na navegação

Os militantes Houthi, alinhados com o Irão, têm intensificado os seus ataques na região do Mar Vermelho desde novembro, lançando ataques com drones e mísseis a várias embarcações. Estes ataques foram justificados pelos Houthi como um ato de solidariedade com os palestinianos em Gaza. Até à data, mais de 70 ataques foram registados, resultando no afundamento de dois navios, na apreensão de outro e na morte de pelo menos três marinheiros. O ataque mais recente teve como alvo o petroleiro Sounion, de bandeira grega, que foi atingido por múltiplos projéteis, levando a um possível derramamento de petróleo, conforme confirmado pelo Pentágono.

Aumento dos prémios de seguro devido ao risco de guerra

Fontes da indústria seguradora indicaram que os prémios adicionais de risco de guerra, pagos quando os navios atravessam o Mar Vermelho, subiram para 0,75% do valor da embarcação, em comparação com os 0,4% anteriores ao ataque. Este aumento representa um acréscimo de centenas de milhares de dólares (aproximadamente, centenas de milhares de euros) para cada viagem através da região. No entanto, para navios de propriedade chinesa, os prémios têm sido até 50% mais baixos devido a uma perceção de menor risco de serem alvos de ataques. Esta variação nos prémios reflete a complexidade e a volatilidade dos riscos enfrentados pelas seguradoras na cobertura de rotas de navegação em zonas de conflito.

Ameaça ambiental e respostas internacionais

A situação no Mar Vermelho não se limita a questões de segurança; também há um potencial significativo de desastre ambiental. O Sounion estava a transportar cerca de um milhão de barris de petróleo bruto, e um grande derramamento de petróleo teria consequências devastadoras para as comunidades pesqueiras na costa do Iémen, onde cerca de meio milhão de pessoas dependem desta atividade para a sua subsistência. As Nações Unidas alertaram que um derramamento poderia expor comunidades inteiras a toxinas mortais, agravando ainda mais a já crítica situação humanitária na região.

As autoridades internacionais estão a tentar mitigar a situação. A missão naval da União Europeia, Aspides, está a avaliar a viabilidade de medidas de proteção, como o reboque do Sounion, para evitar um desastre ecológico. No entanto, os Houthi ameaçaram atacar os rebocadores enviados para salvar o navio, complicando os esforços de salvamento.

Impacto para a indústria seguradora

Os recentes desenvolvimentos no Mar Vermelho destacam a crescente complexidade de fornecer cobertura de seguros em regiões de alto risco. As seguradoras devem adaptar-se rapidamente a novas ameaças, como a escalada de conflitos e os consequentes desastres ambientais. O aumento dos custos dos prémios e a hesitação de alguns subscritores em cobrir essas áreas refletem a incerteza e o aumento dos riscos envolvidos. A situação no Mar Vermelho poderá levar a uma revisão das práticas de subscrição de seguros de guerra e riscos marítimos, com um foco crescente em estratégias para mitigar perdas em cenários de conflito.

 

Com formação em Marketing e em Pubicidade, faz parte do núcleo de fundadores do portal Seguros Mais.

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