Bailarinos sensibilizam para profissão muito sujeita a acidentes de trabalho
Os bailarinos portugueses sentem-se inseguros há mais de vinte anos sobre o exercício da sua atividade que entendem arriscada e de muito desgaste.
Como tal, andam a realizar uma sensibilização junto dos aparelhos partidários, com vista a conseguirem legislação específica que os deixem mais garantidos quanto a eventuais acidentes de trabalho de que possam vir a padecer.
A campanha de sensibilização vem no seguimento da aprovação em maio, no parlamento e na generalidade, de um projeto de lei para dar maior proteção laboral aos bailarinos.
Na altura, o projeto-lei, promovido pelo Partido Socialista, contou a abstenção do PSD e CDS-PP e votos favoráveis das restantes bancadas partidárias.
O projeto estabelece medidas específicas de apoio aos profissionais de bailado profissional clássico ou contemporâneo, propondo a criação de um registo especial de bailarinos e que as entidades empregadoras sejam obrigadas a fazer seguros especiais de acidentes pessoais para estes profissionais.
O diploma prevê ainda que os bailarinos que tenham pelo menos 15 anos de atividade profissional possam ter equivalência a licenciatura em dança e possam dar aulas.
Caso recebam formação pedagógica certificada, poderão, segundo o diploma, dar aulas no ensino básico, secundário, e superior.
José Carlos Oliveira é membro da comissão de trabalhadores da Companhia Nacional de Bailado (CNB).
Esta comissão de sensibilização anda a realizar uma ronda de pedidos de audiência aos partidos com assento parlamentar, com vista a encerrar positivamente um processo que dura há vinte anos.
Para os bailarinos, aplicar a lei geral não é suficiente, pois entendem a sua atividade como muito específica e altamente desgastante devido a um trabalho diário violento.
A comissão de trabalhadores da CNB já foi recebida por quase todos os grupos parlamentares, exceto os do PSD e do CDS, com quem tem audiências marcadas para esta semana.
O principal motivo da sensibilização é a questão da proteção em caso de acidente.
Outra matéria importante, prende-se com a reconversão dos bailarinos, que ficam muitas vezes bastante cedo impedidos de subir ao palco.