Polémica com os cães vermelhos da Fidelidade
A Fidelidade tem vindo a publicitar a fusão das marcas Fidelidade Mundial e Império Bonança, através de um anúncio que apresenta a “nova” seguradora com marca única e que recupera o fiel amigo do homem para seu símbolo.
A Fidelidade refere ter elegido o cão como símbolo da companhia por ser o mais idóneo representante dos seus valores, e é de vermelho que pinta os cinco espécimes que são os protagonistas do anúncio, para que condigam com o vermelho das suas novas cores.
Segundo a companhia de seguros (ainda) pública, tendo o cão como figura central, a campanha publicitária tem que ser vista, à luz das regras do senso comum, como uma verdadeira e eficaz homenagem ao fiel amigo do homem, colocando-o em plano central nos vários contextos da vivência familiar e do quotidiano, que o anúncio aponta.
A Fidelidade garante que os cães usados nos anúncios foram preservados ao máximo, e tratados com o maior dos cuidados e dignidade.
Foram pintados com materiais não tóxicos, designadamente com tinta diluível em água e spray de cor temporária para cabelo, destinados a utilização humana, sendo comprovadamente de utilização segura e inofensiva à saúde dos animais e das pessoas.
Nas próprias filmagens do spot, os donos acompanharam os animais, estando sempre presentes.
A seguradora refere que as filmagens tiveram lugar em ambiente descontraído, de grande companheirismo e envolvência entre pessoas e animais, e sem qualquer pressão sobre os animais, uma vez que nem lhes era exigido nenhuma performance em particular.
E porque é que a Fidelidade se veio explicar e deu a conhecer todas estas informações?
Porque a propósito deste anúncio, que coloca os “canitos” em tom de vermelho, a polémica estalou de novo sobre a utilização de animais na publicidade.
A Associação Animal, referiu na sua página do Facebook não colocar em dúvida o bom tratamento dado aos animais, nem se a tinta era tóxica ou não. A associação assume uma posição totalmente abolicionista destas práticas, referindo que o problema é mais genérico e tem a ver com a utilização de animais com fins publicitários, cinematográficos e televisivos.
Considera que o uso de animais em publicidade é condenável, na medida em que se baseia numa visão utilitária dos animais, que assim são tratados como peças passíveis de serem usadas em manobras publicitárias e não como indivíduos inerentemente respeitáveis.
Mas as críticas no facebook da Associação Animal vão mais longe, e pode ler-se “como já vem sendo hábito, esteve presente esse senhor que é tido como um grande amigo dos animais, que tem um curriculum enorme, mas que é, na verdade, um grande explorador de animais”.
“Esse senhor” é Fernando Silva, o treinador dos cães e também dono de uma escola de educação.
Em resposta, Fernando Silva diz fazer mais pelos animais no seu trabalho do que um grupo de pessoas radicais e extremistas sentadas numa secretária, que deviam preocupar-se com outras questões bem mais importantes, numa alusão por certo a alguns membros da Associação Animal.
Fernando Silva diz usar o “treino de reforço positivo”. Ou seja, um treino com total ausência de castigo, sem coleira elétrica ou de picos.
O treinador conta já com vários trabalhos para novelas nacionais, onde sem recurso a drogas nem dopagem consegue instruir os animais a realizarem o que é necessário na ação, como o “fingir-se morto” da telenovela Rosa Fogo, da SIC.
Um dos cães usados é mesmo seu e foi recolhido da rua.
E você? Que acha da polémica?
Desagrada-lhe ver cães a serem usados em publicidade?
Acha que não faz diferença usar um cão ou gato, a utilizar uma chita ou um panda?
Ou pelo contrário, entende que a Associação Animal parece um franco-atirador a disparar em todas as direções, e que um cão, como animal doméstico que nos acompanha em permanência no dia-a-dia é natural que ocupe todas as facetas desse quotidiano aparecendo também na publicidade como em muitos outros aspetos das nossas vidas?
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