Bancos podem contagiar seguradoras na Alemanha
A BAFIN – Agência Alemã de Supervisão Financeira teme que a crise dos bancos acabe contagiando as companhias de seguros, e pediu às maiores seguradoras alemãs que indiquem o valor dos investimentos que detêm nos bancos. As principais companhias de seguros da Alemanha terão assim de divulgar todos os tipos de investimentos que contraíram junta da banca, e individualizar para cada um, se foram em títulos de capital garantido ou não.
Um inquérito realizado na última Primavera precisamente pela Agência Alemã de Supervisão Financeira entre as seguradoras alemãs, concluiu que as dez maiores sociedades deste sector na Alemanha investiram 55% do seu capital em bancos, daí a pertinência e o receio que está por trás deste pedido de informação, tanto mais que o próprio director geral no ministério das finanças alemão, Rolf Wenkel, na presença desses resultados, admitiu o perigo de contágio às seguradoras, no caso de um agravamento da crise bancária.
Na atividade seguradora receia-se agora que a Agência Alemã de Supervisão Financeira instrua as sociedades no sentido de reduzirem de forma expressiva os seus empréstimos e participações na banca, o que segundo os especialistas do setor, pioraria o estado de dificuldade que se atravessa com a crise da dívida grega.
Mas um responsável da agência, garantiu não haver qualquer tipo de pressão sobre as companhias de seguros para que reduzam a sua participação nos bancos, na mesma em que segundo o próprio responsável, não é a sua organização que vai indicar às seguradoras onde devem realizar investimento.
No entanto, estas afirmações não sossegaram as hostes, acossadas pelo receio que tais pressões se venham mesmo a sentir, na medida em que só assim obedeceriam às novas regras sobre o rácio de capital das seguradoras, conhecidas por Solvency II, que dita que para poderem participar no capital de bancos, as seguradoras terão de depositar a totalidade da respectiva quota.
Lembre-se que só a seguradora líder do mercado alemão, a Allianz Seguros, detém títulos da dívida pública italiana no valor de 29 mil milhões de euros.