Acidentes pessoais e de trabalho batem-nos à porta a toda a hora
Em Portugal, em cada hora decorrida registam-se em média vinte e seis acidentes de trabalho. A média, registada no ano passado, dá conta de todas as situações em que foram activados seguros de trabalho e resulta de uma extrapolação feita pela Associação Portuguesa de Seguradoras, a partir dos dados de associadas que representam 92% do mercado.
Em 2009 foram pagos 487 milhões de euros pelas seguradoras, na grande maioria a trabalhadores por conta de outrem – apenas 26 milhões a independentes. Cada acidente custa em média 1535 euros, valor que tem vindo a subir, do mesmo modo que os acidentes têm decrescido.
Entre as várias causas de acidentes, contam-se as quedas – responsáveis por mais de 40 por cento dos casos. As doenças músculo-esqueléticas são as mais incapacitantes.
Cruzando os dados das companhias de seguros e da Autoridade para as Condições do Trabalho, há discrepâncias decorrentes de nem todos os acidentes serem de notificação obrigatória. Mas na liderança não há dúvidas: o esforço excessivo e o mau posicionamento no trabalho são, ano após ano, responsáveis pela maioria dos danos profissionais.
O segundo dano mais participado pelas vítimas de acidentes de trabalho é a surdez, na generalidade dos casos consequência do ruído. Nos últimos dez anos as principais causas de acidentes de trabalho variaram ligeiramente. As quedas mantêm a sua liderança, as reacções a produtos químicos e biológicos têm ganho terreno, continuando os acidentes rodoviários a figurarem nos lugares cimeiros da sinistralidade.
O custo social de um acidente de trabalho ultrapassa enormemente o seu custo financeiro. Especialistas referem que o custo social que decorre do acidente é 3 vezes superior aquele que a seguradora ou a empresa reporta. Daí o necessário ênfase na prevenção e na segurança, que não podem continuar a ser encaradas como um encargo adicional ou um luxo, mas sim como algo com um retorno financeiro mais que comprovado.