Segundo estudo MetLife metade dos trabalhadores jovens acha que a pandemia equilibrou o trabalho e a vida pessoal
Um ano após a pandemia forçar várias empresas a realizar a transição para o teletrabalho, as gerações mais novas e as mais experientes não têm uma visão coincidente sobre o impacto que essa mudança teve nas suas vidas. O 19º estudo anual da MetLife sobre tendências de benefícios dos trabalhadores nos EUA (“19th MetLife Employee Benefit Trends Study 2021”) constata que mais de metade dos colaboradores entre os 20 e os 29 anos (51%), incluídos na geração Z e millennials, asseguram que o seu equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é melhor agora do que antes da pandemia, enquanto que só um quarto dos Baby boomers é da mesma opinião.
Embora os profissionais de todas as gerações sintam que o seu bem-estar integral, que inclui a saúde física, mental, social e financeira, diminuiu, os Baby boomers estão a viver de forma mais forte os impactos negativos do trabalho remoto. Segundo o inquérito da MetLife, os boomers afirmam que os problemas de estabelecimento de limitações (33%) e a diminuição da socialização (42%) são a razão para estarem mais descontentes atualmente com a situação laboral. Por outro lado, os trabalhadores mais jovens dizem que a possibilidade de passar tempo com a sua família (40%) e trabalhar num melhor local (30%) são os motivos para que o equilíbrio entre a vida laboral e profissional tenha melhorado.
“Todos os profissionais estão a sentir os efeitos da pandemia, mas é evidente que o impacto varia muito entre diferentes gerações”, afirma Oscar Herencia, vice-presidente do Sul da Europa e diretor-geral da MetLife na Ibéria. “As empresas devem considerar cuidadosamente estes detalhes à medida que começam a reinventar a experiência no local de trabalho nos próximos meses e a projetar o futuro”.
Fomentar uma cultura de bem-estar entre gerações
Compreender as diferentes necessidades e valores dos trabalhadores das diferentes gerações será crucial para as organizações no momento de abordar o tema do bem-estar nas suas equipas. Por exemplo, o estudo da MetLife indica que os trabalhadores mais jovens preferem a flexibilidade no local de trabalho a um salário mais alto, enquanto os baby boomers são mais propensos a sentir saudades das interações pessoais com os seus colegas.
O estudo também encontra uma forte conexão entre o tempo livre e a melhoria do bem-estar dos trabalhadores. Para enfrentar as suas preocupações com o bem-estar, 36% dos trabalhadores na faixa dos 20 anos de idade indicam que tiraram mais dias de baixa – principalmente por razões de saúde física ou mental – enquanto somente 8% dos baby boomers afirmaram o mesmo, e a maioria indicou as restrições de viagens e a grande carga de trabalho como principais razões para não desfrutar do tempo livre.
“As empresas e os gestores têm um papel fundamental a desempenhar no apoio ao bem-estar dos trabalhadores. Proporcionar flexibilidade, saber gerir a carga de trabalho e promover o tempo livre podem marcar uma grande diferença na saúde geral dos trabalhadores”.
Oscar Herencia, vice-presidente do Sul da Europa e diretor-geral da MetLife na Ibéria
Benefícios devem contemplar variadas necessidades e melhorar resiliência dos trabalhadores
Oferecer benefícios que se complementem e adaptem às etapas da vida e às necessidades pessoais dos empregados, assim como ter em conta a sua saúde física, mental, social e financeira, é fundamental. De facto, os trabalhadores que declaram que a sua empresa lhes oferece um pacote de benefícios que satisfaz as suas necessidades são 43% mais propensos a sentir resiliência, bem como de serem capazes de se adaptar e recuperar face às adversidades. Este facto é particularmente importante para as empresas, uma vez que os trabalhadores mais resilientes são mais produtivos (96%), mais comprometidos (91%) e têm maior integridade (68%), entre outras vantagens em comparação com a média deste estudo.
O stress e os desafios do último ano tiveram um impacto diferente nos diversos escalões etários de trabalhadores, que agora dão cada vez mais prioridade aos benefícios que apoiam o seu bem-estar. Os profissionais mais jovens mostram maior preocupação em áreas diferentes das dos profissionais com mais idade. A saúde mental é a mais importante para 75% dos mais jovens (face a 34% dos baby boomers); seguida da saúde financeira, escolhida por 69% dos mais jovens em relação a 37% dos mais velhos; e da saúde física (64% dos mais jovens versus 38% dos baby boomers).
“A pandemia proporcionou-nos novas informações sobre o que os trabalhadores precisam das suas organizações, não só agora, mas também no futuro. À medida que o local de trabalho evolui e se torna mais personalizado, as empresas devem ter em conta os desejos e necessidades dos seus colaboradores e refletir estas aprendizagens nos benefícios e experiências de trabalho que lhes proporcionamos”.
Oscar Herencia, vice-presidente do Sul da Europa e diretor-geral da MetLife na Ibéria