Zurich ainda não está convencida quanto à conclusão da ampliação do canal do Panamá
A Zurich está envolvida em grandes projetos. Porventura o maior neste momento é o da ampliação do Canal do Panamá que duplicará a sua capacidade.
A seguradora assegura trabalho de milhares de trabalhadores e de um consórcio de construção global, mas as obras estão num impasse e a Zurich não está convencida quanto ao plano B que está a ser traçado.
A Autoridade do Canal do Panamá (ACP), o consórcio global que é liderado pela Sacyr e a Zurich, vão retomar hoje mesmo negociações, na tentativa de encontrarem uma solução que permita concluir a ampliação do Canal.
Na semana passada, a Zurich apresentou uma proposta que foi inicialmente bem recebida, mas que acabou por não se materializar.
A Autoridade do Canal tem desde o início deste ano, em cima da mesa, o que designa de um “plano B” para terminar os trabalhos, sem a inclusão do consórcio de construção, Grupo Unidos por el Canal, mas encontrou resistência precisamente por parte da Zurich Seguros.
O Canal do Panamá tentou que a empresa CH2MHill, que atua como sua consultora e assessora neste projeto, assumisse a obra. A CH2MHill chegou mesmo a estabelecer contactos e a promover entrevistas com funcionários GUPC para tentar recrutar pessoal para o efeito.
No entanto, a oposição da Zurique travou esse plano, pois a companhia de seguros nega-se a desembolsar a fiança de cerca de 300 milhões de euros, assim como deu a entender que perante a rutura unilateral da ACP com o consórcio, não estaria disposta a garantir através de avales a conclusão da obra, pelo menos sem um período prévio de análise jurídica e económica.
Dessa forma, a ACP não só perderia o montante da garantia, como passaria ainda a realizar obras sem garantia alguma, o que, segundo fontes próximas da negociação, significaria uma violação do contrato.